fotografia: filipe sousa | 31 agosto 2019
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Já esteve mais perto regressar este Verão às cascatas da Cabroeira, para um banho de imersão relaxante. Mas aconteça o que acontecer, esteja onde estiver, nada impedirá a companhia do bucolismo de Teócrito de Siracusa.
«Por cima das nossas cabeças se agitavam
muitos choupos e ulmeiros. Perto, a água sagrada
caía a murmurar da gruta das Ninfas.
Nos ramos sombrios as negras cigarras,
estridulando, não paravam de cantar. De longe,
a rã coaxava nos densos acantos.
Cantavam cotovias e pintassilgos; gemia a rola;
as abelhas esvoaçavam a zumbir de volta das fontes.
Tudo cheirava a verão bem abundante, à estação dos frutos.
Havia peras aos nossos pés; ao lado tínhamos maçãs
a rolarem com abundância: os ramos pendiam
até ao chão com o peso dos abrunhos.»
Teócrito, As Talísias - Idílio VII, frags. 135-146, (séc. III a.C.), trad. do grego por Frederico Lourenço, Poesia Grega, Quetzal, Lisboa, 2020, pp. 320-321.
muitos choupos e ulmeiros. Perto, a água sagrada
caía a murmurar da gruta das Ninfas.
Nos ramos sombrios as negras cigarras,
estridulando, não paravam de cantar. De longe,
a rã coaxava nos densos acantos.
Cantavam cotovias e pintassilgos; gemia a rola;
as abelhas esvoaçavam a zumbir de volta das fontes.
Tudo cheirava a verão bem abundante, à estação dos frutos.
Havia peras aos nossos pés; ao lado tínhamos maçãs
a rolarem com abundância: os ramos pendiam
até ao chão com o peso dos abrunhos.»
Teócrito, As Talísias - Idílio VII, frags. 135-146, (séc. III a.C.), trad. do grego por Frederico Lourenço, Poesia Grega, Quetzal, Lisboa, 2020, pp. 320-321.