Lyon / Lião, Pont de la Feuillée

fotografia: filipe sousa | 17 setembro 2019










O Saône uns metros antes de se juntar ao Rhône (Ródano), em Lyon. Pretexto para evocar as deambulações de Tristram Shandy pela cidade, na época a mais opulenta e próspera de França.

«Para todos quantos chamam às contrariedades, CONTRARIEDADES, sabendo o que são, não poderia existir uma maior do que passar uma grande parte do dia em Lião, a mais opulenta e próspera cidade de França, rica também em amostras de antiguidade - e não poder visitá-la. Ser impedido seja lá pelo que for, já é de si um contrariedade; mas ser impedido por uma contrariedade - será seguramente o que a filosofia muito justamente designa como

CONTRARIEDADE
      em cima de
CONTRARIEDADE.

Tinha eu acabado de tomar as minhas duas chávenas de café com leite (o que, a propósito, faz muito bem à consumpção, mas para isso é necessário que o café e o leite sejam fervidos já misturados - de outra forma será apenas café e leite) - e como só eram ainda oito da manhã, e o barco não partia antes do meio-dia, tinha tempo de sobra para ver de Lião o bastante para esgotar a paciência de todos os amigos que eu tinha no mundo.»   


Laurence Sterne, A Vida e Opiniões de Tristram Shandy (The Life and Opinions of Tristram Shandy, Gentleman, 1759 - 1767), trad. e not. Manuel Portela, Edições Antígona, Lisboa,1998, parte segunda, vol. VII, cap. XXX, pp. 227-228.

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