fotografia: filipe sousa | 27 abril 2020 |
Safo, primeira autora da literatura europeia (nasceu na ilha de Lesbos, na segunda metade do século VII a.C.), «quinta-essência do registo lírico na Grécia (…), representa a própria ideia da perfeição em verso» (Frederico Lourenço); «é nela que, pela primeira vez, se toma consciência do valor da poesia» (Maria Helena da Rocha Pereira); por isso «os gregos honram-na como a décima musa» (Platão).
São dessa Safo poetisa da paixão e da natureza, de que nos chegaram sobretudo registos mutilados, os três versos seguintes retirados do seu «O Pomar de Afrodite», bem à medida das fotografias, ou, pensando melhor, que as dispensam ou tornam acessórias, pois que «em nenhum autor grego encontramos uma alquimia tão milagrosa entre o som da poesia e a sugestão visual do respectivo significante» (Frederico Lourenço).
O pomar de Afrodite (fr.2 PLF)
(...)
A pradaria onde pastam os cavalos está florida
10 de corolas primaveris; as brisas sopram
10 de corolas primaveris; as brisas sopram
suaves...
(...)
Safo in Poesia Grega, de Hesíodo a Teócrito, trad. (notas e comentários) Frederico Lourenço, ed. bilingue grego e português, Quetzal Editores, Lisboa, 2020, p. 79.
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