fotografia: filipe sousa | 31 maio 2022 |
fotografia: filipe sousa | 31 maio 2022 |
fotografia: filipe sousa | 30 maio 2022 |
«A sudeste, e a dez minutos da cidade, ergue-se uma famosa cidadela, de grande nomeada na Itália, cuja grande torre tem cento e oitenta pés de altura, e é visível de muito longe. Essa torre, construída sobre modelo do mausoléu de Adriano, em Roma, pelos Farnese, netos de Paulo III, em princípios do século dezasseis, é de tal espessura que foi possível construir sobre a esplanada que remata um palácio para o governador da cidadela e outra prisão, denominada "Torre Farnese". Esta prisão, construída em honra do filho mais velho de Ranúncio - Ernesto II, que se tornara amante da madrasta, tem fama de bela e singular no país. A duquesa teve curiosidade em vê-la; no dia da sua visita o calor era sufocante em Parma, e lá no alto, naquelas alturas, encontrou ar respirável, o que a deliciou de tal modo que passou ali várias horas. Apressaram-se a abrir-lhe as salas da torre Farnese.»
Stendhal, A cartuxa de Parma (La chartreuse de Parme, 1839), trad. Adolfo Casais Monteiro, Editorial Estúdios Cor, Lda, Lisboa, 1957, p. 108.