Ponta de S. Lourenço

fotografia: filipe sousa | 18 setembro 2020

 
















Hoje, trinta e um anos depois, regresso à Madeira. Desta vez preparado para uma digressão mais “geográfica”, com o mestre Orlando Ribeiro como cicerone. Na mochila, para além de uma boa reserva de água, o seu estudo A ilha da Madeira até meados do século XX, publicado originalmente em 1949.

Começo pelo extremo leste, a Ponta de São Lourenço, o espaço árido da ilha, em contraste com o verde do restante território, e onde as consequências do vulcanismo são mais impressivas. A curta distância, os vultos das três Desertas.

«As concreções calcárias da Ponta de S. Lourenço mostram que existiu uma drenagem de certa importância em direcção ao Sul; porém, as cabeças dos barrancos foram decapitadas pela abrasão da costa setentrional. Observam-se ali arribas absolutamente verticais e até mesmo desaprumadas. Durante as tempestades, as vagas quebram-se com fragor contra esta muralha rochosa. (…) A aridez aparente da Ponta de S. Lourenço (…) deve-se menos à sua situação oriental do que ao seu fraco relevo. (...) Os exploradores abordaram a ilha pelo Leste, depois de terem dobrado a Ponta de S. Lourenço

Orlando Ribeiro, A Ilha da Madeira até meados do século XX - estudo geográfico (1949), 2ª ed., Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Lisboa, 1985, pp. 24, 46.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.