fotografia: filipe sousa | 23 novembro 2022 |
«O vento torna-se transparente, a neve que voava em rajadas instala-se sobre a terra e torna-se um manto de silêncio: acima, o céu negro e o cintilar de estrelas tão antigas como o tempo.»
Jón Kalman Stefánsson, A tristeza dos anjos (Harmur englanna, 2009), trad. João Reis, Cavalo de Ferro, Lisboa, 2014, p. 54.
«Via os vales profundos cruzarem-se em todos os sentidos, os precipícios abrirem-se como poços, os lagos transformarem-se em charcos, os rios tornarem-se regatos. À minha direita sucedia-se uma infinidade de glaciares e os picos multiplicavam-se, alguns deles enfeitados de leves fumos. A ondulação destas montanhas sem fim, a que as camadas de neve davam uma aparência de espuma, lembravam a superfície de um mar agitado. Se me virava para oriente, era o oceano majestoso como continuação dos cimos encapelados. Mal se percebia onde acabava a terra e começava o mar.»
Jules (Júlio) Verne, Viagem ao centro da Terra (Voyage au centre de la Terre, 1864), trad. Lídia Jorge, Publicações Europa-América, Mem Martins, 2008, p. 91.
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