Ísland / Islândia

fotografia: filipe sousa | 23 novembro 2022

 






















Não sei se é o mais belo país, como muitos afirmam. Sei apenas que a Islândia é terra de vulcões e géiseres, de campos rugosos de lava escura, de montanhas nevadas, de glaciares e rios abundantes que correm a partir deles, de extensões de tundra a perder de vista, de planaltos onde pastoreiam cavalos e ovelhas em liberdade sem gente por perto, sacudida por ventos fortes e pelas ondas do Atlântico.
Uma sucessão vertiginosa de paisagens imaculadas, cenários agrestes, vastidões onde impera a lei dos elementos e do silêncio, que ajuda a explicar a afortunada viagem de quatrocentos quilómetros entre Reykjavíq e Hólar.
Não sei se a Islândia é o mais belo país, como muitos afirmam. O que sei é que é um dos últimos redutos de natureza selvagem do nosso mundo. Até ver.

«O vento torna-se transparente, a neve que voava em rajadas instala-se sobre a terra e torna-se um manto de silêncio: acima, o céu negro e o cintilar de estrelas tão antigas como o tempo.»

Jón Kalman Stefánsson, A tristeza dos anjos (Harmur englanna, 2009), trad. João Reis, Cavalo de Ferro, Lisboa, 2014, p. 54.

«Via os vales profundos cruzarem-se em todos os sentidos, os precipícios abrirem-se como poços, os lagos transformarem-se em charcos, os rios tornarem-se regatos. À minha direita sucedia-se uma infinidade de glaciares e os picos multiplicavam-se, alguns deles enfeitados de leves fumos. A ondulação destas montanhas sem fim, a que as camadas de neve davam uma aparência de espuma, lembravam a superfície de um mar agitado. Se me virava para oriente, era o oceano majestoso como continuação dos cimos encapelados. Mal se percebia onde acabava a terra e começava o mar.»

Jules (Júlio) Verne, Viagem ao centro da Terra (Voyage au centre de la Terre, 1864), trad. Lídia Jorge, Publicações Europa-América, Mem Martins, 2008, p. 91.

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