«Um céu de algodão sujo tolda o arquipélago das nove ilhas; o "mormaço" apaga os contornos do mar e da terra, e, amolecendo os pastos à custa da pele do proprietário e do pastor, dilui e arrasta as vontades, dá a homens e a coisas uma doença quase de alma, a que os ingleses, médicos do bem-estar, puseram uma etiqueta como quem descobre uma planta nova neste mundo seco e velho: azorean torpor.» Vitorino Nemésio, Mau Tempo no Canal (1944), reimpressão, INCM, Lisboa, 1995, pp. 325-326.
fotografia: filipe sousa | 23 julho 2016
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