fotografia: filipe sousa | julho 2003 |
No dia mundial da poesia, um poema para (os/as que resistem em) Bérgamo.
FESTA
Quando romper a manhã…
Não,
nada de estandartes desfraldados,
bandeiras a baloiçar-se ao vento.
Nem gritos, nem manifestações,
nem meetings no bulício da praça.
Tão-pouco a embriaguez desvairada,
a louca conquista da rua.
Quando romper a manhã,
saibamos erguer a fronte
ao sol puro.
Em silêncio olhar de frente,
na curva do horizonte,
o novo sol-nascente.
Saibamos recolher-nos
e, por um longo momento,
pesar,
respirar,
captar as múltiplas vivências da tranquila
alegria que irá brotar ininterrupta,
quando romper a manhã.
Rui Knopfli, Nada tem já encanto - poemas escolhidos (País dos outros, 1959), selec. Pedro Mexia, Tinta-da-China, Lisboa, 2017, p. 38.
Quando romper a manhã…
Não,
nada de estandartes desfraldados,
bandeiras a baloiçar-se ao vento.
Nem gritos, nem manifestações,
nem meetings no bulício da praça.
Tão-pouco a embriaguez desvairada,
a louca conquista da rua.
Quando romper a manhã,
saibamos erguer a fronte
ao sol puro.
Em silêncio olhar de frente,
na curva do horizonte,
o novo sol-nascente.
Saibamos recolher-nos
e, por um longo momento,
pesar,
respirar,
captar as múltiplas vivências da tranquila
alegria que irá brotar ininterrupta,
quando romper a manhã.
Rui Knopfli, Nada tem já encanto - poemas escolhidos (País dos outros, 1959), selec. Pedro Mexia, Tinta-da-China, Lisboa, 2017, p. 38.
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