Mediterrâneo, Córsega

«Mediterrâneo pela primeira vez no dia 2 de Julho de 1950.
Imediatamente possuí-me de Mediterrâneo - entrei por ele dentro e senti apenas água tépida no acariciar da pele. Fiquei desconfiado à procura do foco alimentador daquele caldinho - o banho foi um caldinho, não chega a ser banho, é uma tina ao natural onde a temperatura da água nos torna bonecos de borracha - senti-me feito de borracha no espapaçar do meu bojo. Ao mesmo tempo cresciam dentro de mim saudades do Guincho, saudades de espuma, de virilidade marinha e de onda batida pelo vento. Por aqui não há brisas, há só brasas.»

Ruben A., Páginas (VI), (1970) , Assírio & Alvim, Lisboa, 2001, p. 26. 


fotografia: filipe sousa | outubro 2005

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