nele dois promontórios se projectam em saliências rochosas,
íngremes do lado do mar, mas inclinados para o porto,
impedindo as ondas levantadas pelos ventos terríveis
de fora; lá dentro, sem amarras, estão fundeadas
as naus bem construídas, quando atingem o ancoradouro.
No cabeço deste porto está uma oliveira de esguias folhas,
e perto dela há uma gruta aprazível e sombria,
consagrada às ninfas que têm por nome Náiades.
Lá dentro estão taças e ânforas de pedra;
as abelhas também lá guardam o seu mel.
Há compridos teares de pedra, onde as ninfas
tecem tramas de púrpura, maravilha de se ver!
No interior existem nascentes de água inesgotável
e duas portas: uma virada a norte, por onde entram
os homens; e outra a sul, que os homens evitam:
pois essa é caminho dos deuses imortais.»
Homero, Odisseia, Canto XIII 96-112, trad. Frederico Lourenço, Livros Cotovia, Lisboa, 2003, pp. 215-216.
fotografia: filipe sousa | 27 março 2016 |
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