Fabrício (...) acompanhou a mãe até ao porto de Laveno, na margem esquerda do Lago Maior, margem austríaca, onde ela desembarcou pelas oito horas da tarde. (O lago é considerado um país neutral, e não se pede o passaporte a quem não desce a terra.) Mas, mal a noite caiu, fez-se desembarcar nessa mesma margem austríaca, no meio dum bosquezinho que entra pela água dentro. Alugara uma sediola, espécie de tílburi campestre e rápido, graças ao qual pôde seguir a quinhentos passos de distância a carruagem da mãe: ia disfarçado de lacaio da casa del Dongo, e nenhum dos numerosos funcionários da Polícia ou da alfândega se lembrou de lhe pedir o passaporte.»
Stendhal, A Cartuxa de Parma (La Chartreuse de Parme, 1839), trad. Adolfo Casais Monteiro, Editorial Estúdios Cor, Lisboa, 1957, pp.138-139.
fotografia: filipe sousa | 25 junho 2004 |
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