Rungsted Kyst, Rungsted Strandvej 111 (casa de Karen Blixen)

«Durante essa época, uma coisa curiosa foi o facto de eu nunca ter acreditado que teria de abandonar a fazenda e deixar a África. As pessoas à minha roda, todas elas razoáveis, diziam-me que assim teria de ser; a cada distribuição do correio, recebia cartas da Dinamarca a provar que assim era e todos os factos do meu quotidiano apontavam nesse sentido. No entanto, nada se encontrava mais afastado dos meus pensamentos e eu continuava a acreditar que os meus ossos ficariam depositados em solo africano. Esta fé tão firme não tinha outros alicerces, outra razão de ser, que não fosse a minha completa incapacidade de imaginar qualquer coisa de diferente. (...)
Deste modo, fui a última a compreender que tinha de partir.»

Karen Blixen, África Minha (Out of Africa, 1937), trad. Ana Falcão Bastos, Relógio D'Água Editores, Lisboa, 1994, p. 288.


fotografia: filipe sousa | agosto 2001

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